sábado, 14 de novembro de 2009

Educação


A Máquina das Crianças

Resenha Crítica





PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Edição Revisada. Porto Alegre: Artmed, 2008.



Seymour Papert, autor do livro “A Máquina das Crianças”, nasceu a 1 de Março de 1928 em Pretória, África do Sul, onde cresceu e participou do movimento antipartheid. Tem sua formação na Universidade de Cambridge, onde o mesmo desenvolveu um trabalho de pesquisa em Matemática de 1954 a 1958. Seu doutoramento se deu em matemática devido o grande interesse pela pesquisa realizado na área. Trabalhou e conviveu com Jean Piaget na University of Geneva de 1958 a 1963. Seu principal objetivo era considerar o uso da matemática afim de entender como as crianças podem aprender e pensar. No início dos anos 60, Papert afiliou-se ao MIT onde, junto com Marvin Minsky, fundaram o Laboratório de Inteligência Artificial. Publicou vários artigos sobre matemática, Inteligência Artificial, educação, aprendizagem e raciocínio.

Papert, Seymour M. por meio de seu livro, A Máquina das Crianças: Repensando a Escola na Era da Informática, vêm abordar ao longo dos dez capítulos do livro ás diversas formas de utilização dos computadores pessoais na educação. Tendo vivido na época da historia da computação, mais especificamente na década de 50, Papert pôde presenciar a evolução dos computadores desde as criações das primeiras maquinas informatizadas de grande porte (enormes) e de acesso limitado a poucas pessoas até aos dias atuais com o desenvolvimento das mesmas para maquinas portáteis, onde estas já estão presentes nas residências e na vida de muitas pessoas em diversas classes sociais.

A máquina das Crianças aponta as contribuições e benefícios da implantação dos computadores na educação, assim como também coloca as barreiras criadas pela escola para aceitar a presença e utilidades dos computadores para o processo de ensino-aprendizagem.

Até hoje se discute a questão da substituição do trabalho do homem pelo trabalho das maquinas, não seria descartável se a escola temesse a possibilidade de substituição dos professores pelos computadores. Há de se concordar que muitas vezes tem-se medo de se aceitar o “Novo” pelo simples fato de não saber quais as reações e/ou as formas de aceitação do público por aquilo que acaba de surgir. Tendo que a educação formal prestada pela escola é tida como referencia para sociedade o “novo” de alguma forma poderia vir a esfacelar essa imagem, daí um dos motivos das restrições do uso dos computadores pelas escolas.

Papert trabalha muito bem as contribuições instrucionistas e construcionistas do computador na pratica educativa; expõe os softwares que ajudam o individuo a criar suas próprias idéias e construir seus conhecimentos, como também os softwares que cedem as ferramentas ao usuário e o guia como instrutor precisando algumas vezes de um mediador que possa vir a ajudar no processo de construção do ensino.

No capitulo 08 (oito) - Seymour fala sobre a evolução e entendimento de como os computadores podem ser usados no processo ensino-aprendizagem, uma das idéias principais citadas pelo autor em seu livro é a dos computadores conectados em redes (Por exemplo, internet), pois através dos computadores ligados a internet as crianças ou os usuários como todo passaram a ter uma maior facilidade e disponibilidade ao acesso de informações e noticias dispersas pelo o mundo inteiro, sem precisar depender da assistência direta de um professor ou outro adulto responsável, no processo de busca e construção de conhecimentos. Neste mesmo capitulo, o computador é posto como um facilitador no processo de busca, interpretação e formação dos conhecimentos, pois ele ajudará o professor a passar o conteúdo aos alunos de maneira mais fácil.

Papert trata da inclusão dos computadores na sociedade, como uma forma de contribuir para formação dos indivíduos, tanto na educação quanto na família e sociedade como todo. Os computadores são expostos como facilitadores que tem como principal função ajudar os indivíduos a buscarem “sozinhos” a aquisição de conhecimentos sem necessariamente a ajuda de outra pessoa; essa temática voltada para escola seria de grande prosperidade a partir do momento que os professores conseguissem introduzir os conteúdos trabalhados em sala com a tecnologia (computadores) no processo de ensino, assim os alunos poderiam aprender á aprender criando novas formas de assimilação e aprendizagem, deixando um pouco de lado a retórica tradicionalista, onde só o professor fala e os alunos internalizam o conhecimento do professor. Com a ajuda dos computadores na educação os discentes e docentes constroem o saber juntos, pois ambos poderão usufruir da facilidade que as maquinas dispõe para o processo de ensino.

É importe ressaltar também que Papert cita em seu livro a formas de utilização dos computadores na sociedade. O computador pode ser visto como mais uma porta para o processo de socialização, pois os alunos e/ou indivíduos através dos computadores podem interagir e trocar informações com milhares de pessoas do mundo inteiro, aumentando ainda mais a diversidade e amplitude de formas de aprendizagem; a partir do momento que uma pessoa pode interagir e trocar informações com uma outra pessoa do outro lado do mundo, essa mesma pessoa estará enriquecendo seu vocabulário de conhecimentos, conhecendo outras culturas, línguas, sociedades, comunidades, religiões, disciplinas, condutas, etc. O aluno pode adquirir milhões de conhecimentos e novos saberes sem nem precisar sair da sala de aula ou mesmo da própria casa. Sem falar que o autor trabalha muito bem a importância das maquinas na formação do intelecto dos alunos (indivíduos), trazendo a idéia de que o aprendiz gera uma autonomia intelectual, onde os mesmos passam a criar sozinhos, suas próprias idéias a aprendem a conhecer os conhecimentos científicos e empiristas em seus primeiros anos de escola.

A Máquina das Crianças trás grandes incentivos e idéias para prática docente dos professores, apesar de possuir um vocabulário remoto dificultoso ao entendimento dos leitores; em sua literatura o livro é possuidor de conteúdo enriquecedor e super importante a mente dos leitores trazendo muitas formas de introduzir os computadores (tecnologia) na educação. O mesmo vem a abordar as diversas contribuições da tecnologia para prática do professor e no processo de ensino-aprendizagem. Talvés o livro apresentasse uma melhor interpretação e proporcionasse até mesmo uma maior visão do conteúdo e assim o parto de mais ideias pelos leitores de como trabalhar a temática na educação, se o mesmo fosse reeditado e atualizado seu vocabulário.



INDICAÇÃO DA OBRA:



Recomendado a todos os professores e alunos ativos e passivos que dispõe duvidas sobre como implantar o uso de computadores e tecnologias em geral na educação, preferencialmente aos acadêmicos do curso de graduação em Licenciatura em Pedagogia pelo fato destes serem os principais influentes na formação de opiniões e mediador na educação e no processo de ensino-aprendizagem.

O mundo é de todos Nós!

Civilização Egípcia

Os egípcios tinham o rio Nilo como fonte de vida, já que eles viviam basicamente da agricultura. De junho a setembro, no período das cheias, as fortes chuvas inundavam o rio cheio; este transbordava e cobria grandes extensões de terras que o margeavam. Essas águas fertilizavam o solo com a matéria orgânica que traziam e que se transformava em fertilizante de primeira qualidade. Além de fertilizar o solo, o rio trazia grande quantidade de peixes e dava chances a milhares de barcos que navegavam sobre as águas fluviais.

SOCIEDADE

No Egito, a sociedade se dividia em algumas camadas, cada uma com suas funções bem definidas. A mulher, ao contrário da maioria das outras civilizações da antiguidade oriental, possuía posição avançada, podendo ocupar altos cargos políticos e religiosos, estabelecendo relativa igualdade com o homem.

A sociedade egípcia era heterogênea, dos quais se destacam 3 ordens principais:

  • Faraó e sua família;
  • Nobreza (detentora real das terras), Escribas (burocratas) e o Clero (sacerdotes);
  • Felás (camponeses, trabalham presos a terra e em obras públicas);

Cabe lembrar que entre a segunda e a terceira camada, havia ainda pequenos artesãos, militares, o baixo clero, e comerciantes incipientes que não bem representavam uma nova camada, mas indivíduos sem ordenação política, dependente dos superiores.

CULTURA

Durante a antigüidade, a cultura egípcia era o conjunto de manifestações culturais desenvolvidas no Antigo Egito.

Os egípcios foram um povo de profundas crenças religiosas. Isto teve importância na formação de sua civilização e organização social. Adotaram o politeísmo (crença em vários deuses). Desde os tempos mais antigos, os egípcios adoravam numerosos e estranhos deuses. Os primeiros foram animais e cada pessoa tinha o seu animal-deus que a protegia. Adoravam gatos, bois, serpentes, crocodilos, touros, chacais, gazelas, escaravelhos, etc.

Entre os animais adorados, o mais famoso foi o boi Ápis que, quando morria, provocava luto em todo o Egito e os sacerdotes procuravam nos campos um substituto fisicamente igual a este deus bovino. Acreditavam que um deus poderia se encarnar em um animal vivo.

O rio Nilo, com suas enchentes periódicas, e o vento quente do deserto, que destruía as colheitas, eram adorados como forças da natureza.

Os egípcios acreditavam na vida após a morte (ressurreição), por isso prestavam culto aos mortos (cerimônias fúnebres). Cada localidade tinha seus próprios deuses, com diferentes aspectos, sendo alguns parte homem e parte animal (geralmente corpo de homem e cabeça de animal – antropozoomorfismo).

Obs.: Há determinadas características que caracterizam as formas de representação de um Deus. De forma didática, temos as seguintes caracterizações:

  • Zoomorfismo: Feições ou formas de animais;
  • Antropomorfismo: Caracterização de Deus com aspectos humanos;
  • Antropozoomorfimos: Fusão das anteriores;

Os egípcio acreditavam que o ser humano era formado por Ká (o corpo) e por Rá (a alma). Para eles, no momento da morte, a alma (Rá) deixava o corpo (Ká), mas ela podia continuar a viver no reino de Osíris ou de Amon-Rá (DEUS). Isso seria possível somente se fosse conservado o corpo que devia sustentá-la. Daí vinha à importância de embalsamar ou mumificar o corpo para impedir que o mesmo se descompusesse. Para assegurar a sobrevivência da alma, caso a múmia fosse destruída, colocava-se no túmulo estatuetas do morto.

Pré-Escola

Desde o nascimento a pedagogia está presente na vida do ser humano. A educação advém a partir do nascimento do indivíduo e sua relação com o meio em que reside. O ambiente onde o indivíduo nasce e se desenvolve, estimula á obtenção, reprodução e transformações dos fatos sociais, culturais e éticos, construído no decorrer da história do indivíduo em formação.

A pedagogia e educação são pontos indispensáveis na formação educacional de qualquer indivíduo, a influência que as mesmas direcionam é significativamente perceptível e atuante na vida de um dado sujeito, até mesmo porque a educação é um processo de construção determinada ao longo de todo um desenvolvimento, este que muitas vezes vem acarretado de um fato prioritário e contínuo já imposto por uma sociedade que por conseqüência atinge a família e a escola. A educação por sua vez é um processo pratico e continuo de construção de conhecimentos e que jamais deve ser interrompido, coloca-se isto pelo simples fato de fazer parte da formação de um individuo como um todo.

Contudo tem-se que a educação deve ser aplicada logo nos primeiros minutos de vida passando depois de algum tempo a ser um processo padrão e obrigatório da sociedade, isso se dá quando o individuo pela primeira vez conhece a escola e começa a sofrer um processo de socialização e aquisição dos primeiros saberes científicos. Esse processo acontece na pré-escola; primeiras séries iniciais de formação e desenvolvimento educacional do homem.

Assim como os primeiros contatos relacionais, no sistema familiar, muito influenciarão o modo como a criança se relacionará com os demais, o contato inicial com os professores da pré-escola será muito significativo nas futuras relações com os seus professores. A preocupação maior deve estar concentrada no aprendizado da sociabilização e do explorar criativo do meio. Quanto menor a preocupação com a iniciação da aprendizagem formal, melhor. Este é o momento para facilitar a exploração do meio através do toque, do movimento e de ter contato com o ar livre.

Os objetivos da pré-escola devem visar o desenvolvimento físico, emocional, social e intelectual da criança, objetivando sua autonomia, auto-controle e confiança para se expressar e se comunicar. Entretanto, tudo deve ser feito em paralelo ao respeito das características de sua faixa etária, principalmente no que se refere à disciplina. Esta época não prioriza o receber e, sim, o explorar e o descobrir.

O professor e a escola devem estar conscientes de que uma criança é criança porque brinca. Se não consegue brincar, não está bem; se seus pais e seus professores não a deixam brincar, eles também não estão bem. Se o brincar é pobre de imaginação ou fixo em algum objeto, a criança não está conseguindo fantasiar a partir de suas necessidades de elaboração e, ainda nesse caso, não deve estar bem.

Exigir mais do que a criança está apta a dar consistiria em um alto desestímulo e desinteresse futuro pelo aprender. Embora a pré-escola não exista para substituir os pais, ela é a primeira ponte de separação e a representante primitiva da metáfora de que sair do ninho é preciso para poder crescer!

Não há como esquecer a importância da pré-escola no histórico pedagógico da criança. Ela é o primeiro campo de energia que servirá de base para a aprendizagem formal. Sua prioridade é acolher a criança, é facilitar e auxiliar os pais a permitirem esta "descolagem do ninho", é mostrar à criança que pode se sentir feliz longe dos pais, sem almejar substituí-los. O professor da pré-escola precisa gostar de lidar com crianças e entender suas necessidades, sua responsabilidade é enorme, por isso deve ter o apoio e orientação pedagógica da escola, sempre que necessários, pois são os primeiros agentes que influenciarão o processo de como a criança se relacionará com o aprender.


sexta-feira, 30 de outubro de 2009

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O Que É Educação (Brandão;Carlos)


BRANDÃO. Carlos R. O que é educação, 33ª Ed. Brasiliense, São Paulo. 1995.



Resumo Analítico Critico



A educação está e, todos os lugares e no ensino de todos os saberes. Assim não existe modelo de educação, a escola não é o único lugar onde ela ocorre e nem muito menos o professor é seu único agente. Existem inúmeras educações e cada uma atende a sociedade em que ocorre, pois é a forma de reprodução dos saberes que compõe uma cultura, portanto, a educação de uma sociedade tem identidade própria.

O ponto fraco da educação está nos seus agentes, pois, com consciência ou não, reproduzem ideologias que atendem a grupos isolados da sociedade. Aí vê-se que a educação reflete a sociedade em que ocorre, em sociedades tribais ela é comunitária e igualitária, já em nossa sociedade capitalista: específica, isolada e desigual.

Na Grécia Antiga a educação, denominada de Paidéia, se iniciou como comunitária, mas com o desenvolvimento da sociedade se tornou específica, onde havia uma educação para nobres, outra para plebeus e nenhuma para os escravos, surge à figura do pedagogo, um escravo domestico que além de conduzir as crianças nobres à escola também era responsável pela sua educação. Em todas as educações gregas o indivíduo era educado para a sociedade como um todo.

Em Roma a educação surgiu como na Grécia, comunitária, mas se desenvolveu de forma diferente, onde a formação do patriarca agricultor sobressaia sobre o cidadão. Mais tarde surge a escola primária, como a escola de primeiras letras gregas, também surge à escola gramáticos, e muito mais tarde a Lector. Havia em Roma a educação que formavam os trabalhadores na oficina de trabalho, e o cidadão era educado para também empregar seu saber na sociedade.

A escola surge com o desenvolvimento do cristianismo na Antiga Europa para uma educação que salvaria almas, e isso perdurou até o final do século XIX quando Émile Durkheim começou a ligar educação e sociedade, a educação vira fato social, pois para ele há um consenso harmônico que mantêm o ambiente social.
Mas pergunta-se saber este consenso, pois na verdade a educação não aplica sua idéia, a prática é bem diferente, há uma elite capitalista que controla a educação, entretanto, ela ocorre fora das paredes da escola, na comunidade, assim a dominação capitalista encontra resistência política.

A única forma de reinventar a educação, como dizia Paulo Freire, é traze - lá ao cotidiano do aluno, fazendo com que a vivencia e as experiências do indivíduo façam parte efetiva da escola, e a educação será livre e comunitária.



Análise Crítica



O livro expõe a educação de maneira neutra, onde não se toma partido para nenhuma teoria fixa da sociologia. Os teóricos da educação sempre se definem na teoria do conflito ou do consenso, e Brandão mostrou a educação como ela é, aberta a todos e pertencente a todos.

Mas foi tomada uma linha, a qual se defendeu algo muito importante, o partido da educação. Esta foi apresentada do seu início, nos primórdios da humanidade, para refletir-se sobre o que realmente vem a ser educação, libertando-a das paredes da escola, da figura do professor, principalmente escolaridade.

Na Grécia conheceu-se a Paidéia, a origem da pedagogia, e a importância da formação do indivíduo para a sociedade. Em Roma conheceu? Se a educação dos patriarcas, a escola primária, a gramáticos e o nível superior Romano, a Lector.
Foi mostrado pelo autor como surgiu à escola, e como a idade Média a reproduzir até o século XIX, quando Émile Durkheim mostrou a educação como fato social para uma sociedade orgânica e harmônica, entretanto, essa harmonia esconde um conflito, o qual uma elite rica e influencia domina a educação para a formação de bons trabalhadores.

Hoje a educação é oferecida ao povo numa democracia que o povo, principal cliente, a educação precisa ser reinventada, fazendo com que ela faça parte da vida e do cotidiano dos alunos, incluindo-se na cultura popular das comunidades brasileiras.