sábado, 4 de dezembro de 2010

AVALIAÇÃO FORMATIVA




Quando um individuo ingressa na escola pela primeira vez sempre se depara com algo novo, com uma aquisição sistemica e organizada de conhecimentos cientificos, os quais se diferenciam dos conhecimentos que estes já possuíam até então de maneira espontanea e nunca de forma sistematizada.
O atual estado em que se encontra a situação das escolas em relação à avaliação da aprendizagem é que as mesmas utilizam a avaliação como forma de seleção e verificação, separando os alunos “bons” dos “ruins”, os “capazes” dos “incapazes” e os “aptos” dos “inaptos”. Essa prática classificatória termina deixando de lado grande maioria dos alunos.
A essencia de uma prática significativa de avaliação que não a considera como algo pontual, pois não podemos reduzi-la ao momento o qual um aluno submete-se a uma prova. Infelizmente a maioria das escolas consideram-no como o momento ideal ou único para perceber o que esse aluno aprendeu ou deixou de aprender sem levar em conta a hora ou o modo como o aluno se encontra, desconsiderando muitas vezes o estado físico, mental, pessoal e social desse aluno. Por conseguinte, uma prática classificatória de avaliação consisti-se num ritual de aprovar ou reprovar educandos – dizer quem é bom ou ruim; negando o real sentido da avaliação, que é o de acompanhar o proceso de desenvolvimento e aprendizagem objetivando sua melhoria, ou seja, é algo formativo, onde se vai levar em consideração habilidades, a compreensão dos conteúdos e desenvolvimento cognitivo dos educandos. A avaliação deve, portanto, observar o que o aluno aprendeu ou deixou de aprender, partindo de um ponto inicial e não possuindo uma terminalidade.
A avaliação formativa é muito abrangente e complexa, pois consiste em algo construtivo e formativo, onde o criterio maior é analisar como o conhecimento estar sendo formado na mente do aluno e como esse aluno recebe o conhecimento, verificando o que ele aprendeu e aquilo que ele ainda deve aprender. Esta prática avaliativa é laboriosa, requerendo muito tempo, atenção e dedicação.
Como exposto inicialmente percebe-se claramente, nas escolas, que os professores fazem uso de uma prática seletiva e classificatória em que os educandos são submetidos a responderem exercícios prontos e a provas objetivas, o que "eleva" ao mínimo a potencialidade dos alunos. Esta prática de avaliação  limita também as chances do professor de enriquecer seus conhecimentos a partir do diálogo da relação com seus alunos.
Portanto a “avaliação” não está passando de um caminho para obtenção de um diploma ou título que se torna mais importante do que a prórpia aprendizagem dos alunos. Ao contrário, pensamos que a avaliação escolar deve ser uma preocupação constante que englobe toda uma comunidade escolar, pois a maneira como essa avaliação será feita pelo professor poderá resultar em fatos inreversíveis para aprendizagem dos alunos.
O novo modelo de avaliação, - diagnóstica e formativa -  consiste em formar o aluno como uma pessoa dotada de conhecimento e ser critico. Aborda o aluno como aquele capaz de argumentar, defender e criar suas próprias ideias. Nesta perspectiva, o aluno tem que ser o questionador dos conteúdos e construir seu conhecimento junto a seu professor.
Certamente esta compreensão envolve o conceito de avaliação formativa, que vai além de somente verificar a aprendizagem de um sujeito. A ampliação deste conceito faz-nos perceber que o processo educativo se prolonga por toda a vida do indivíduo, o que ultrapassa a ideia de que a formação educacional vai somente até um determinado momento. Nossa defesa é da ideia de que um indivíduo está em constante aprendizagem.
É importante salientar uma vez mais que a avaliação formativa pretende mostrar o que o aluno ainda precisa aprender. Fundamenta-se nos pressupostos de aprendizagem que consideram-na a partir dos seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais, que obviamente entende o aluno como pessoa. Consiste em proporcionar aprendizagens significativas e funcionais, que se aplicam em diversos contextos e se atualizam o quanto for preciso para que se continue a aprender.


Então, o que caracteriza basicamente a avaliação formativa, é que esse tipo de avaliação deverá ser praticada continuamente e integrada ao fazer diário do professor em sala de aula, sendo uma ação global que leve em conta toda análise do desenvolvimento do aluno, em suas inúmeras capacidades: motora, cognitiva, relações interpessoais, etc. Só assim teremos uma avaliação de verdade.
Acreditamos que a avaliação formativa não possui instrumentos padronizados para sua execussão.  Basta-se que os doscentes atentem-se para a realidade de vida dos alunos, considerando aquilo que ele já sabe, aquilo que ele já conhece para que melhor possa promover a aprendizagem. Este tipo de avaliação deve levar em conta toda a diversidade educacional que um aluno está inserido ou submetido. Por isso, professor que aderir à avaliação formativa, como metodo avaliativo, terá de estar sempre atento ao processo de ensino-aprendizagem, pois um erro avaliativo do professor, poderá resultar na ocorrênncia erros futuros de aprendizagem para os educandos.
A escola deve desenvolver atividades que elevem à qualidade do ensino-aprendizagem considerando as diversidades culturais, sociais e individuais dos educandos e adequando os conteúdos de modo a favorecer ao aluno os desenvolvimentos intelectuais moral, éticos, físicos e afetivos tendo em vista uma formação ampla que proporcione uma aprendizagem eficaz e que abra espaço para uma avaliação do ensino-aprendizagem de qualidade.


REFERENCIAS

BRASIL, MEC - Paramentos Curriculares Nacionais Ensino Fundamental, 2008.

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001.


Por: Prof. Daniel F. Barros (BARROS, Daniel Feitosa.)
Universidade Federal do Piauí - UFPI
Teresina-Pi
04/12/2010

sábado, 27 de novembro de 2010

Multiculturalismo



Noção polémica que se encontra associada a questões de origem sexual, raça, etnicidade, diversidade e diferença cultural, que envolve estratégias de desfamiliarização e uma narratologia crítica, bem como atitudes, discursos e políticas de descentração, em contextos sociais, políticos, educativos e culturais. O multiculturalismo implica basicamente a transição de uma cultura comum ou homogéna para culturas, visando a inclusão dos racial e sexualmente excluídos, e das vozes daqueles que têm sobrevivido nas franjas do poder central ou nas margens dos canônes literários e culturais. São duas as estratégias de inclusão: ou se getoizam aqueles que são diferentes em ‘minorias’ e se reduzem a uma representação ‘simbólica’ na cultura dominante, quando a ela são assimilados; ou se procuram integrar as diferenças culturais, descentrando-se os valores culturais tradicionais, em respeito pela pluralidade e diversidade, e questionando-se os esquemas de poder em vigor, em prol da justiça social. No contexto educativo, por exemplo, a educação multicultural corresponde à ideia de uma educação liberta de preconceitos raciais e promotora da diversidade cultural e de tolerância, respeitadora da diferença de grupos sociais, étnicos e sexuais, bem como de cada indivíduo, que atravessa curricula, manuais escolares, e dita mudanças estruturais e institucionais, por vezes até mesmo radicais, nas atitudes dos professores, nas políticas escolares e nas relações entre alunos.
O multiculturalismo encontra-se no cerne da ‘guerra de culturas’, polémica alimentada em torno dos curricula universitários e canônes do saber ocidental. Por um lado, o multiculturalismo é configurado como a expressão de uma nova sensibilidade cultural, crítica, pós-industrial, que recusa a cultura como única ou identitária e que procura articular sistemas de valores abalados, os quais teriam lavado à desintegração da cultura ‘cultivada’ e ao seu desmembramento em cultura de massas, cultura popular, cultura de elite, sub-culturas, contra-culturas, de modo a esvaziar de sentido a própria noção de ‘cultura’. Do outro lado do conflito, o multiculturalismo é condenado como ameaça ao crescimento económico, visto que a diversidade ou heterogeneidade cultural suscita perdas na liberdade individual de cada um e instabilidade social nos modos como determinados grupos culturais dominam outros. Ou, para outros críticos, igualmente conservadores, como Allan Bloom (em The Closing of the American Mind), Dinesh D’Souza (em Illiberal Education: the politics of race and Sex on the campus), ou Roger Kimball (em Tenured Radicals: How politics has corrupted our higher education), o multiculturalismo constitui uma espécie de ideologia neo-marxista que espalha a barbárie: o populismo, a aceitação indiscriminada e relativista de múltiplos pontos de vista, a distorção e eliminação de factos e o encorajamento dos valores de massa, que aniquilam a tradição de uma cultura homogénea e elitista, moral, ética ou esteticamente desejável, e dizimam a civilização ocidental e os seus canônes. Para os defensores radicais do multiculturalismo, ele inclui a voz e o poder das minorias oprimidas, das culturas perifèricas, e opera uma narratologia crítica de transformação e remodelação dos canônes, de reavaliações culturais de narrativas que foram marginalizadas e que persistem às margens, ou nos interstícios, da sociedade.
Segundo MacLaren (1995), podem-se distinguir várias modalidades de posições multiculturais: o multiculturalismo conservador, o multiculturalismo liberal e liberal de esquerda, e o multiculturalismo crítico ou de resistência. O multiculturalismo conservador pretende a construção de uma cultura comum, unitária e nacional, entendendo a diversidade cultural, rácica ou sexual como devendo ser assimilada à cultura tradicional, geralmente definida por padrões patriarcais, brancos, euro-americanos. Tal como este, o multiculturalismo liberal visa políticas de assimilação, e embora presuma que vivemos numa cultura igualitária em termos de raça ou sexo, aponta as desigualdades de oportunidades educativas nos sistemas capitalistas. O multiculturalismo liberal de esquerda encontra-se mais atento aos modos de operar do poder e do privilégio e sublinha as diferenças culturais ditadas por classe, raça, gender e sexualidade; enquanto que o multiculturalismo crítico ou de resistência, não satisfeito em apenas desestabilizar os sentidos dominantes na sociedade, visa transformar as próprias condições sociais e históricas que naturalizam os sentidos culturais. Para ele não existe uma humanidade comum, mas apenas identidades definidas pelos contextos de poder, de discurso ou de cultura.


BIBLIOGRAFIA: Richard BERNSTEIN (1995) The Dictatorship of Virtue. Multiculturalism and the battle for America’s future. New York: Knopf; Homi BHABHA (1994) The Location of Culture. London: Routledge; Henry GIROUX (1994) Disturbing Pleasures, New York: Routledge; Donaldo MACEDO (1994) Literacies of Power: What Americans Are Not Allowed to Know, Boulder Co.: Westview Press; Peter MacLAREN (1995) Critical Pedagogy and Predatory Culture. Politics in a Postmodern Era. London and New York: Routledge; Peter STALLYBRASS and Anthony WHITE; (1986) The Politics and Poetics of Trangression, Ithaca: Cornell University Press.


Maria Margarida Morgado

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

[...] Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos .




Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és. E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão .


Fernando Pessoa

domingo, 21 de novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

IMPORTANCIA DA MATEMATICA



Atualmente quando se discute sobre educação nas séries iniciais tem-se o pedagogo como sendo o principal responsável pelo processo de formação educacional inicial nas escolas regulares. É salvo dizer que o curso de pedagogia forma profissional habilitados para o desenvolvimento de trabalho pedagógico em todas as séries do ensino básico regular que este é capacitado (educação infantil, ensino fundamental menor – primeiro ao quinto ano), etc. Como podemos notar, o pedagogo é aquele responsável pela construção de conhecimentos científicos que compõe a educação fundamental das séries iniciais de uma sociedade.
Nesse contexto, temos que no ensino fundamental devem-se ser administrados aqueles conteúdos que são tidos como necessários e fundamentais para que um indivíduo possa viver sem maiores dificuldades em uma determinada sociedade. Desses conteúdos fundamentais, podemos destacar principais: o desenvolvimento da fala, da escrita, as noções básicas de geografia, história, ciências, matemática, artes, temas transversais e entre outros. É importante ressaltar que, cada um desses conhecimentos possui sua significância particular para o homem em formação, porém aqui nesse trabalho estaremos dando grande destaque a operações básicas de ensino de matemática nas séries iniciais do ensino fundamental, administrados pelo pedagogo-professor.
As necessidades do fazer diário de uma sociedade exigem que as pessoas possuam um grau mínimo de instrução que seja indispensável para realização de determinadas tarefas. Fatos simples e corriqueiros de nossos dias exigem que tenhamos conhecimento de alguns conteúdos científicos, dentre eles os conteúdos matemáticos. A cada minuto temos contato com números. Esses números podem estar organizados, formando algum código (numero de um telefone), na contagem de dinheiro (cédulas ou moedas), em pequenas ou grandes compras nos supermercados, numero de paginas de um livro, etc. Estamos cercados de números por todos os lados, e com isso, temos a necessidade de conhecer a matemática.
É importante que aqueles responsáveis pelo ensino fundamental das séries iniciais (pedagogos-professores), fiquem atentos para isso. O indivíduo que esteja cursando o ensino fundamental seja uma criança, um jovem ou um adulto, tem que entender que a importância de se estudar ou se ter um conhecimento novo, é que ele poderá utilizar esse conhecimento por que todos os dias ele terá contato com esse conhecimento. Por exemplo, o aluno tem que entender e aprender que deve saber ler e escrever porque em algum momento da vida dele, ele terá contato com as palavras. A mesma coisa acontece com a matemática, o professor tem que explicar para o discente da melhor maneira possível que este tem que aprender matemática, pois esse mesmo aluno terá contato diariamente com os números, portanto terá de aprender.
O aluno tem que entender o porquê de estudar aquilo que lhe ensinado. Cabe ao pedagogo-professor mostrar a esse aluno a importância desse aprendizado, apontando exemplos da vida cotidiana desse aluno, procurando representar nos conteúdos exemplos da realidade vivenciada por cada aluno no meio familiar, social, cultural, etc.
Primeiramente é necessário que o pedagogo-professor se pergunte: qual a importância da matemática para o docente? Qual a importância da matemática para o discente? Onde se encontra a matemática? Em que razão vai utilizá-la? Porque a matemática é uma disciplina fundamental? Essas e entre outras perguntas em relação ao mesmo devem estar presentes na vida de um pedagogo-professor de matemática, pois é a partir daí que a matemática vai se mostrar indispensável para todos que constituem uma sociedade.




Por Daniel F. Barros
18 de novembro de 2010.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

CURRÍCULO E SOCIEDADE



       Quando se fala em reforma educacional ou mudar as concepções teóricas e práticas do ambiente escolar, o currículo e uma das etapas de grande importância para tal empreendimento, tanto na fase de construção como de execução das teorias curriculares. E a elaboração do currículo é um ponto chave para a prática pedagógica do fazer do educador, pois o currículo é dotado de normas de ação, prescrições educativas, mas que também da oportunidade para o educador conduzi-lo da maneira que lhe achar melhor. Melhor dizendo o currículo é a teoria educacional mais a prática pedagógica ou planejamento mais ação, e isso constitui no ponto de partida das ações práticas educativas do fazer docente do educador no contexto da sala de aula. O currículo também vai serve para guiar outras atuações no contexto escolar, como por exemplo: a formação inicial e continuada do corpo docente, organização dos centros de ensino, confecção de materiais didáticos, entre outros, assim como assegurar a coerência dessas questões no contexto escolar.
       E os fundamentos e as opções básicas subjacente ao novo modelo de currículo proposto estão divididos em cinco etapas as orientações gerais do sistema de educação que são: no primeiro está explicito o conceito de educação, assim como suas relações e vinculações com outros conceitos próximos como o de desenvolvimento, cultura e escolarização; no segundo ponto é necessário entender o que é o currículo, o que ele determina e quais suas funções e seus elementos principais; no terceiro são consideradas as fontes do currículo, ou seja, qual o tipo de informação se deve considerar na sua elaboração, mas isso depende do tipo de sociedade na qual determinado currículo será inserido, assim como os níveis educacionais e as idades dos educandos; no quarto ponto são analisadas as contribuições da psicologia para o currículo e no quinto ponto é exposto os fundamentos de uma proposta a favor de um currículo aberto e flexível.
       A principio o texto vem explicitar e justificar brevemente o conceito de educação, bem como suas relações e vinculações com outros conceitos próximos, sobretudo os de desenvolvimento, culturas e escolarização.
       Visto como crescimento dos seres humanos ocorre entre aqueles que fundamentam como o resultado de um processo de desenvolvimento, em grande parte interna às pessoas, e os que concebem mais como resultado de um processo de aprendizagem em grande parte externo à pessoa. O que se coloca em evidencia é o enfoque cognitivo-evolutivo e o enfoque alternativo, onde o cognitivo-evolutivo considera que a meta primordial da educação deve ser promover, facilitar ou acelerar os processos naturais e os universais do desenvolvimento, enquanto que o alternativo considera que a educação deve ser orientada mais a promoção e facilitação dessas mudanças que dependem da exposição à situação de aprendizagem. Nas duas posturas o que se pressupõe é que a relação entre elas é do tipo hierárquico, a aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e vice-versa.
       Chegando, ao conceito de educação, que desempenha um papel central no esquema explicativo, porque permite compreender como se articular num todo unitário a cultura e desenvolvimento individual. Assim a educação designa o conjunto de atividades mediante as quais um grupo assegura que seus membros adquiram experiência social historicamente acumulada e culturalmente organizada.
As atividades educativas adotam diferentes modos de organização social conforme o volume e o conteúdo concreto do conhecimento cultural. Por exemplo, no caso das sociedades primitivas, onde a aquisição das pontas culturais pela criança é feita através da sua participação na medida do possível, das atividades dos adultos ou simplesmente por observação e imitação. Já a atividade educativa típicas das sociedades com maior nível de desenvolvimento cientifica e tecnológico, são atividades nitidamente diferenciadas das atividades habilidades dos adultos, correspondem a intenções próprias e geralmente são efetuadas em instituições especificamente habilitadas para esse fim, escolas e centros educacionais. Onde o conceito de escolarização designa esta subcategoria de atividades educativas em cujo contexto, por outro lado, a questão do currículo do ensino obrigatório adquire plena significação.
A idéia principal é destacar as fontes do currículo segundo R. Taylor são três, sendo a primeira progressista, que destacar a importância de estudar a criança afim de descobrir seus problemas, seus propósitos e suas necessidades; a segunda é a essencialista, que considera que os objetivos devem ser extraídos de uma analise da estrutura interna dos conteúdos de ensino, das áreas de conhecimento; e por ultimo a sociológica, cuja responsável por selecionar os objetivos na analise da sociedade dos seus problemas e necessidades de acordo com as características de cada individuo.
       Evitando o debate sobre o que é currículo, o texto nos remte também a conhecer o que se entende por currículo, e assim uma formulação de uma proposta curricular com princípios firmemente estabelecidos e unicamente aceitos para se fazer aplicações.
       Para entendermos melhor o papel do currículo é preciso que se conheçam suas funções e como estas serão desempenhadas dentro das atividades educativas escolares. Tais atividades educacionais são executadas de acordo com um plano de ação determinado que por sua vez esteja a serviço de um projeto educacional.
       Diante dessas atividades o currículo passa a ter funções onde sua razão de ser, é a de explicitar o projeto e as intenções e o plano de ação no âmbito educacional. O currículo como projeto se torna um guia para os encarregados de seu desenvolvimento, um instrumento útil para orientar a prática pedagógica e uma ajuda indispensável para o professor, levando em consideração as condições reais nas qual o projeto será realizado.
       Ao elaborar o currículo devem-se analisar algumas questões, por exemplo, a responsabilidade da administração e dos professores na elaboração do currículo, atingindo assim duas concepções: a concepção centralizadora onde vão estar contidos objetivos, conteúdos, materiais didáticos e a metodologia. E a segunda concepção que é a descentralizadora que está direcionada aos professores de cada instituição.
       Dessa forma, acabam surgindo dois modelos de currículo divergentes, o “fechado” e o “aberto”. O currículo fechado trata-se de uma homogeneização do ensino que acaba por se tornar acumulativo e seqüencial. Em se tratando de objetivos, esses são definidos a partir do comportamento dos alunos e os conteúdos sistematizados viabilizando as disciplinas tradicionais do conhecimento deixando de lado a relação entre o aluno e o conteúdo, resultando assim numa aprendizagem baseada em critérios e objetivos.
       Já no sistema educacional aberto são valorizadas as diferenças individuais considerando o contexto social, cultural e geográfico. A aprendizagem passa a ser um processo contínuo e organizado, na qual se enfatiza o processo da aprendizagem não somente o resultado. E a avaliação preza pela observação do processo de aprendizagem. Nesse sentido, acaba-se com a divisão tradicional entre disciplinas e aplicam-se aprendizagens que valorizam conhecimentos interdisciplinares.
A concepção construtivista vai abordar o currículo aberto pelo fato de garantirem tanto ao professor quanto ao aluno.
       Contudo, o currículo deve ser elaborado considerando todo o aspecto de desenvolvimento intelectual e físico de uma criança, pois a criança aprende por etapas em sua vida e os conteúdos a serem trabalhados com ela, devem ser apresentados conforme sua necessidade de utilidade e conforme também o interesse do aluno a aprendê-lo.
        É importante que o currículo seja elaborado já considerando sempre um conhecimento prévio do aluno. O professor deve tentar mostrar a importância e utilização do novo conhecimento adquirido para vida do aluno, para que esse mesmo possa encontrar significado no que aprende para se sentir estimulado a aprender ainda mais, além do mais, toda pessoa é dotada de um conhecimento prévio. O professor deve estimular esse aluno a procurar e a construir o próprio conhecimento. O currículo escolar deve ser elaborado de forma sistematizada e que possua metas e objetivos a serem cumpridos. Ao final, o aluno deve saber identificar a importância dos conteúdos recebidos para sua vida cotidiana, pois de nada valerá o aluno ser bombardeado de novas informações se ele não vai saber o que fazer com elas ou como usa-las.

DIFERENÇA ENTRE VERIFICAR E AVALIAR? PEDAGOGIAS MAIS ADEQUADAS PARA CADA UMA (AVALIAÇÃO/VERIFICAÇÃO)?


O ato de verificar é pontual, não inclui processo, geralmente tem hora e data marcada no calendário, consiste basicamente em um processo seletivo e classificatório onde a aprendizagem do aluno é submetida a testes e provas que verificam se o aluno “gravou” ou não tudo aquilo que o professor expôs em aula.
Muito diferente do que acontece na verificação, a avaliação escolar, por sua vez, consiste em analisar o processo progressivo e formativo da aprendizagem do aluno, tendo como objetivo perceber tudo aquilo que o aluno aprendeu ou deixou de aprender. A avaliação não pode ser vista como uma ação pontual e determinada que ocorra somente quando um aluno faz um teste, mas sim como algo que progressivo e complexo que não possua uma data ou hora para acontecer. Avaliar, em poucas palavras, seria identificar quais reforços são necessários para que o educando recupere o que não aprendeu em determinado período, procurando gerar a autonomia do aluno em construir ou buscar o próprio conhecimento, jamais podendo implicar em um simples processo classificatório de aprovação ou reprovação, mas sim um processo de busca de resultados.
As pedagogias mais adequadas para atender ao processo de verificação seriam a pedagogias tradicionalista, tecnicista e escolanovista, pois essas 03 são sistematizadas e possuem uma ação que congela as formas de aquisição de conhecimento resumindo tudo a metas e objetivos.
Tomando como referencia a avaliação escolar, acredito que as pedagogias mais adequadas para essa ação seriam a progressista e a formativa.

EM QUE CONSISTE A AVALIAÇÃO FORMATIVA, QUAIS SUAS CARACTERISTICAS E QUAIS INSTRUMENTOS DEVEM SER UTILIZADOS PARA ESSE TIPO DE AVALIAÇÃO?
A avaliação formativa não tem como objetivo classificar ou selecionar. Fundamenta-se nos processos de aprendizagem, em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais; fundamenta-se em aprendizagens significativas e funcionais que se aplicam em diversos contextos e se atualizam o quanto for preciso para que se continue a aprender.
O que caracteriza basicamente a avaliação formativa é que esse tipo de avaliação será uma pratica continua e integrada ao fazer diario do professor em sala de aula, sendo uma ação global que leve em conta toda analise do desenvolvimento formativo do aluno em suas inumeras capacidades: motora, cognitiva, relações interpessoais, etc.
            Em meu entendimento a avaliação formativa não possui instrumentos padronizados para execussão de sua prática, mas se tiver de apontar algum instrumento, acredito que os mais válidos seriam a intuição e a observação da realidade do aluno para que se possa melhor promover a aprendizagem.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PRIMEIROS SOCORROS COMO DISCIPLINA DO ENSINO BÁSICO REGULAR


PRIMEIROS SOCORROS COMO DISCIPLINA DO ENSINO BÁSICO REGULAR


Atualmente quando se discute sobre educação nas séries iniciais tem-se o pedagogo como sendo o principal responsável pelo processo de formação educacional inicial nas escolas regulares. É salvo dizer que o curso de pedagogia forma profissionais habilitados para o desenvolvimento de trabalho pedagógico em todas as séries do ensino básico, porém o campo de atuação do pedagogo não se limita somente a ambiente escolar. Hoje vem surgindo um novo olhar ao ver o Pedagogo, não somente como o educador escolar, mas também como mediador dos processos educacionais como todo.
O campo de atuação da pedagogia é muito mais amplo do que o senso comum pode imaginar, pois o pedagogo trabalha em todo e qualquer lugar que haja algum ambiente de interação e formação de pessoas influenciando em opiniões e participando como facilitador na educação e no processo de ensino-aprendizagem. Inúmeras são as áreas de operação que esse profissional está inserido no mercado de trabalho, algumas dessas áreas como Educação Especial – onde este profissional atua executando trabalhos com alunos portadores de necessidades especiais; têm-se também a Pedagogia Empresarial – onde este profissional realiza a promoção de treinamentos, eventos, reuniões, desenvolvimento de projetos de capacitação profissional, elaboração de materiais didáticos, festas educacionais, feiras, exposições, excursões, ensino continuado dentro das empresas e indústrias; assim como também e em grande destaque nesse trabalho a Pedagogia Hospitalar – onde o pedagogo é capacitado para atuar como mediador sobre questões educacionais, emocionais tendo noções sobre enfermidades que supostamente são mais frequentes na realidade de cada hospital, para atuar dentro do campo hospitalar, promovendo uma educação continuada fora da escola.
O papel do Pedagogo é adaptar as necessidades do corpo discente ao ambiente que este educando está inserido, encontrando metodologias adequadas para que o aluno melhor desenvolva e amplie seus conhecimentos na jornada escolar, seja dentro ou fora de uma instituição ensino.
Apresentando ênfase a Pedagogia Hospitalar, de caráter humanístico, essa abordagem visa à obtenção de aprendizagem para pessoas hospitalizadas através do lúdico, fazendo com que o paciente (crianças e adolescentes) não desanime no seu desenvolvimento educacional.
Objetiva também manter os pacientes em conexão com a sociedade, não os deixando perder a qualidade de cidadãos críticos, e que pertencem a um determinado contexto sócio-histórico. Esse trabalho de humanização e socialização resulta em uma recuperação eficaz do paciente, paralela ao seu desenvolvimento cognitivo, fazendo-o também acreditar que suas pontecialidades físicas e intelectuais é que serão suas bases para continuar desenvolvendo seu papel social.
A saúde é um conceito positivo, um recurso quotidiano que implica “um estado completo de bem-estar físico, social e mental e não apenas a ausência de doença e/ou enfermidade (Organização Mundial de Saúde - OMS, 1993). Dentro desta perspectiva, a Educação para a Saúde deve ter como finalidade a preservação da saúde individual e coletiva.
Em contexto escolar, Educar para a Saúde consiste em dotar as crianças e os jovens de conhecimentos, atitudes e valores que os ajudem a fazer opções e a tomar decisões adequadas à sua saúde e ao tal bem-estar físico, social e mental.
A ausência de informação incapacita e/ou dificulta a tomada de decisão. Daí, a importância da abordagem da Educação para a Saúde em meio escolar. A grande maioria dos acidentes poderia ser evitada, porém, quando eles ocorrem, alguns conhecimentos simples podem diminuir o sofrimento, evitar complicações futuras e até mesmo salvar vidas. Diante disso vemos a fundamental importância dos conhecimentos emergenciais para vida de todo e qualquer sujeito, pois através desta cognição todas as pessoas saberão agir em situações que possam apresentar perigo iminente a vida de um cidadão.



Escrito por: Daniel F. Barros
Em 21/09/2010

Crítica neomarxista de Michael Aplle


NASCEM OS "ESTUDOS SOBRE CURRÍCULO": AS TEORIAS TRADICIONAIS.

A palavra currículo está associada a preocupações de organização e método. A literatura americana influenciou que o termo currículo surgiu para direcionar um campo especializado de estudos. Bobbitt escreveu em 1918, o livro The Curriculum, esse livro surgiu num momento crucial em que diversas forças econômicas, políticas e culturais, procuravam modificar os objetivos e as maneiras da educação de acordo com a sua forma de ver. E nesse período surgem vários questionamentos sobre o sistema educacional e Bobbitt respondeu a essas interrogações com a sua maneira conservadora, ele sugeria que as escolas funcionassem do mesmo jeito que as empresas, comerciais e industriais, então as escolas deveriam ter a iniciativa de estabelecer suas metas. Esse novo modelo estava voltado para a economia e enfatizava a eficiência, essa proposta assemelhava autorizar que a educação tornava-se científica e quais eram as habilidades necessárias para as várias atividades.
Para Bobbit o currículo era algo mecânico, já que se consistia numa questão de organização de uma atividade burocrática, algo técnico. Mas não se pode deixar de considerar o currículo como algo que vá além da técnica por que deve ser levado em conta as praticas educacionais que vão ser elaboradas.
Para Tyler é uma questão de organização e desenvolvimento, esse trabalho deve ser intermediado por habilidades a serem desenvolvidas, o currículo deve ser baseado também nesse paradigma, já que lê é feito no propósito daquele que o realiza que seja alcançado o conhecimento através de habilidades.

ONDE A CRÍTICA COMEÇA: IDEOLOGIA, REPRODUÇÃO, RESISTÊNCIA.

Período onde começam a surgir críticos do currículo, o responsabilizando pelas desigualdades sociais e a reprodução da sociedade da época, considerando esse meramente técnico, são mencionados autores como Althusser, que fala a respeito dos aparelhos ideológicos do Estado, e como a escola o meio pelo qual deveria existir uma oportunidade de ascensão social apenas reproduz uma sociedade, tornando-a inerte.
Seguidamente o capítulo dois vai dando continuidade a explanações relacionadas entre currículo e escola, de modo que explicita baseado nos escritos de Bowles e Gintis como esses influenciaram a sociedade capitalista da época dentro das escolas, a maneira como introduziam as tendências capitalistas de mercados dentro da instituição de modo tão natural e espontâneo, por intermédio até de ações meramente funcionais que existiam dentro das escolas. O que segundo o autor tornava essas escolas também reprodutoras da economia capitalista existente na sociedade da época. Ainda nessa perspectiva o autor menciona Bourdieu e Parsons quando esses falam a respeito da reprodução cultural; que para o autor em conformidade que faz dos escritos desses autores é de certa forma imposta pela classe dominante, lembrando que de maneira sutil, o que conseqüentemente gera nos currículos escolares adaptação a cultura dominante, e assim sendo, direciona-se mais a uma determinada classe, o que vai gerando a predominância dessa classe em níveis mais avançado de estudo. Então o que nos propõe os autores mencionados por Tomaz Tadeu é que o currículo se adeque a ambas as classes ou mesmo a toda sociedade de modo que não venha priorizar nenhum grupo, mas sim a sociedade em geral.
Acreditamos que por um longo período na história da educação brasileira houve a predominância de favorecimento em questões curriculares a determinada classe, no entanto, presenciamos essa mudança acontecer ao longo dessa mesma história, sabe-se que não é de muito tempo essa mudança, consideramos essa até recente, mas o mais importante é percebermos a luta pela igualdade de oportunidades, partindo da educação, temos como exemplo de educadores que lutaram para isso acontecer, Paulo Freire, o que prezou por uma pedagogia e uma escola autônoma, onde houvesse igualdades de direitos e oportunidades, é interessante que se siga nessa perspectiva para que se enxergue na educação escolar um meio oportunista de crescimento não apenas cultural, social, de conhecimentos, mas de perspectiva de vida, de mobilização social e acima de tudo satisfação pessoal, pois tudo isso pode gerar também a busca pelo conhecimento e sua valorização.

CONTRA A CONCEPÇÃO TÉCNICA: OS RECONCEPTUALISTAS

Este capitulo mostra que a concepção técnica que se tinha de currículo estaria perdendo seu lugar, formava-se nesse momento movimentos de reação contra esse modelo de currículo burocrático e administrativo. O currículo passaria a ser mais abrangente, deixando de ser centrado apenas nas questões sociais e econômicas, adotando assim campos como sociologia critica e a filosofia marxista.
No movimento de reconceptualização as pessoas começavam a perceber que aquele modelo ou currículo técnico e administrativo não se enquadrava nos padrões de teorias sociais européias, pois estes tenham um outro nível de informação, como a fenomenologia, a hermenêutica e o marxismo onde a ênfase não estava no papel das estruturas ou em categorias teóricas abstratas, mas sim no significado subjetivos que é dado as experiências pedagógicas e curriculares.
Currículo na perspectiva fenomenológica trata a questão da experiência, na qual os docentes e aprendizes possam aprender com as suas próprias experiências de vida. E fazer dessas experiências um objeto de investigação. Sendo muito enriquecedor poder se basear nas próprias experiências, e usar de temas que fazem parte do cotidiano, usar isso como atributo, um fator interessante é a combinação de da autobiografia com a orientação fenomenológica que é o que caracteriza todo esse questionamento.

A CRÍTICA NEOMARXISTA DE MICHAEL APLLE

Tendo como ponto de partida os elementos centrais da crítica marxista da sociedade, Apple acredita que a dinâmica da sociedade capitalista gira em torno da dominação de classes. Baseando-se em Louis Althesser que foi muito influenciado por idéias marxistas, chegou a argumentar que a continuidade da sociedade capitalista depende da reprodução de seus componentes econômicos e ideológicos, cuja sustentação se dá através de mecanismos e instituições encarregadas de garantir o status sem contestação. A produção e disseminação da ideologia são feitas pelos aparelhos ideológicos do Estado, entre muitos se cita a Escola, constituindo um dos mais importantes aparelhos, pois aborda toda a população, tanto a classe dominante quanto a classe dominada.
A escola atua ideologicamente através do seu currículo, que divulgam crenças explícitas sobre a desejabilidade das estruturas sociais. Acaba que por vedar os olhos da sociedade com uma idéia errônea a respeito de algo ou fato existente na sociedade, em prol de manter o poder das classes dominantes. As escolas dirigidas aos trabalhadores subordinados tendem privilegiar relações nas quais os estudantes aprendem a receber ordens e obedecer; esse fato entra em contraste com as instituições dirigidas àqueles dos mais altos níveis sociais, que tendem favorecer relações em que os alunos tenham atitudes de autonomia, comando e domínio.
Para Apple a escola torna-se um aparelho ideológico pelo fato de seu currículo não ser questionado e nem tão pouco observado pela sociedade a esse grosso modo crítico, ao ponto de notar que a escola apenas transmite ou reproduz conhecimentos que são produzidos em algum outro lugar.
Com isso, o autor acredita que o currículo não pode ser compreendido e nem transformado se não for feito um questionamento sobre suas conexões com o poder. O currículo escolar existe praticamente para manter a reprodução de uma linha de conhecimentos que alienem a sociedade em tal forma desta acreditar que estar por seguir um ideal, quanto na verdade estão apenas garantindo a hegemonia dominante sobre as demais classes sociais.

O CURRÍCULO COMO POLÍTICA CULTURAL: HENRY GIROUX

A critica de Giroux estava centrada, numa reação às perspectivas empíricas e técnicas sobre o currículo então dominantes. Nesta análise, as perspectivas dominantes ao se concentrarem em critérios de eficiência e racionalidade burocrática, deixavam de levar em consideração o caráter histórico, ético e político das ações humanas e sociais e principalmente o currículo do conhecimento. Giroux se inclinava para uma posição que era claramente tributaria do marxismo, mas ele queria evitar uma identificação com a rigidez econômica de certos enfoques marxistas. Seu trabalho inicial iria se concentrar boa parte no desenvolvimento de uma cuidadosa critica sobre as teorizações a teoria educacional, bem como no esboço de alternativas que pudessem superar aquilo que ele via como falhas e omissões dessas teorias.
O autor critica essas análises por não darem suficientes ou nenhuma atenção as conexões entre as formas como essas construções se desenvolvem no espaço restrito da escola e do currículo e as relações sociais mais amplas de controle e poder.
É no conceito de resistência que Giroux vai buscar as bases para desenvolver uma teorização critica, sobre a pedagogia e o currículo. Ele já fala aqui numa “Pedagogia de Possibilidades” – a vida social em geral e a pedagogia e o currículo em particular não são feitos apenas de dominações e, contudo, deve haver um lugar para oposição e resistência, para a rebelião e a subversão.
Giroux é amplamente influenciado, nesse aspecto, pela pesquisa do sociólogo inglês Paul Willis, de que a cultura é um momento e um espaço de criação autônoma e ativa que poderia ser explorado para uma resistência mais politicamente informada.
Três conceitos são centrais à concepção emancipadora ou libertadora do currículo e da pedagogia: Esfera pública, intelectual, transformador, voz. Giroux argumenta que a escola e o currículo devem funcionar como “esfera pública democrática”. Os professores e professoras como intelectuais transformadores. A voz como necessidade de construção de um espaço onde os anseios, os desejos e os pensamentos dos estudantes possam ser ouvidos e atentamente considerados. Giroux vê a pedagogia e o currículo através da noção de “política cultural”. O currículo é um local onde, ativamente se produzem e se criam significados sociais.

O CURRÍCULO COMO CONSTRUÇÃO SOCIAL: A “NOVA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO”

A nova sociologia da educação explicitava sua preocupação com o processo de pessoas, deixando de lado o processo que envolvia o conhecimento. Por isso vários autores começaram a se preocupar com a NSE estudando idéias nas quais se poderiam melhorar os conceitos tradicionais nela existentes.
Segundo o autor, a tarefa de uma sociologia do conhecimento em ponto de desenvolvimento consistiria em destacar o caráter socialmente construído das formas de consciência e de conhecimento, estreitando relações sociais e econômicas.
É importante mostrar que a tarefa de uma sociologia do currículo é sair da neutralidade enfatizando assim seu caráter histórico, social, contingente e arbitrário, conforme explicita o texto.
O autor frisa que, o conhecimento escolar e o currículo existente como invenções sócias, como o resultado de um processo envolvendo conflitos e disputas em torno de quais conhecimentos deviam fazer parte do currículo. Segundo Esland, o currículo não pode ser separado do ensino e da avaliação, pois o mesmo concentra-se na forma como o conhecimento é construído intersubjetivamente na interação entre professor e alunos na sala de aula.
O autor afirma que, qualquer mudança curricular “objetiva” deve passar por esse processo de interpretação e negociação em torno dos significados em que estão envolvidos professores e aluno na sala de aula. A importância da relação professor e aluno em sala de aula são muito importantes porque é através da mesma o ensino aprendizagem se desenvolverá.
O texto lido nos mostra fatos importantes no qual ensina o professor a não fazer acepção entre alunos, pois isso faz com que o aluno se sinta excluído e ao mesmo tempo incapaz, o professor tem que mostrar interesse pela educação de todos, sabendo incluí-los e não excluí-los. A NSE, (nova sociologia da educação) segundo o autor representa uma noção de “construção social”, ela encontra continuidade, por exemplo, nas análises do currículo que hoje são feitas com inspiração nos Estados Culturais e no Pós-estruturalismo. 

CÓDIGOS E REPRODUÇÃO CULTURAL: BASIL BERNSTEIN


Para Bernstein as áreas do conhecimento que constituem o currículo possuem um grau de isolamento e separação que podem ser maior ou menor, usando o termo classificação que corresponde ao que pode ficar junto. Um currículo do tipo tradicional é fortemente classificado já um currículo interdisciplinar é fragilmente classificado, porém para o autor independentemente de como o conhecimento é organizado – classificado sua ênfase maior está relacionado a  questão da pedagogia, ou seja, como o conhecimento é transmitido ,pois segundo o autor há variações no modo da transmissão ocasionando no estudante um  maior ou menor domínio sobre o ritmo de transmissão( a divisão do espaço pode ser mais ou menos rígida, os objetivos podem ser mais ou menos explícitos ,  os critérios de avaliação podem ser mais ou menos explícitos).
Bernstein faz uso de uma linguagem complexa e emprega vários conceitos em sua teoria. Ele coloca em dúvida o papel das pedagogias centradas na criança, ou seja, pedagogias progressistas sendo a favor da pedagogia tradicional, pois, segundo o autor a sala de aula tradicional possui um forte “enquadramento” e já uma sala de aula construtiva possui um fraco “enquadramento”, de acordo com o autor quanto maior o controle que o professor tiver no processo transmissão do conhecimento maior é o enquadramento.
Essa posição tomada pelo autor vai contra o pensamento educacional, pois como sabemos um professor da sala de aula tradicional é responsável apenas em repassar os conteúdos tornando seus alunos um ser passivo e receptivo e já um professor da tendência progressista passa a ser um facilitador da aprendizagem e os alunos são as figuras centrais do processo ensino aprendizagem.

QUEM ESCONDEU O CURRÍCULO OCULTO?

O currículo oculto é formado por características do ambiente escolar que esta dentro do currículo oficial, explícito e colabora implicitamente para aprendizagens sociais importantes. Na visão crítica, o que é aprendido no currículo oculto são atitudes, comportamentos, valores e orientações onde aceitam que crianças e jovens se ajustem à sociedade capitalista. O currículo oculto ensina o conformismo, obediência, individualismo e aprende atitudes e valores próprios de outras classes sociais, como ser homem ou mulher, como ser heterossexual ou homossexual.
O currículo oculto é formado pelas relações sociais da escola: as relações entre professores e alunos, entre a administração e os alunos e entre os alunos e alunos, a organização, estrutura da escola contribui para o comportamento social da criança e do jovem. O currículo oculto ensina através de rituais, regras, regulamentos, normas, também por meio das várias divisões como a escolar, separar os mais inteligentes e os menos capazes, entre garotos e garotas.
Parte da importância do currículo oculto está em sua natureza oculta, se desocultá-lo ficará menos eficaz, vai perder os efeitos por ser oculto. Ter a consciência do currículo oculto vai torná-lo menos importante. O ato de ocultação do currículo é decorrência de uma ação impessoal, abstrata, estrutural. Na era neoliberal de declaração explícita da subjetividade e dos valores capitalistas, não havia muito ocultismo no currículo, com a elevação neoliberal, o currículo tornou-se capitalista.

Prof. Daniel Barros

segunda-feira, 19 de abril de 2010

PEDAGOGIA HOSPITALAR

Sabemos que a Pedagogia é um campo de atuação da educação que lida com o processo de construção do conhecimento, e que o profissional dessa área é o mais apto a mediar e nortear a educação, que por sua vez é guiada pela fixação de regras que só se colocam por conta da existência de objetivos educacionais. Por outro lado sabemos que o ambiente hospitalar, é um centro de referência e tratamento de saúde, que acaba por gerar um ambiente muitas vezes de dor, sofrimento e morte, causando uma forma de ruptura dessas crianças e adolescentes com os laços que mantém com seu cotidiano e produção da existência da construção de sua própria aprendizagem. Mediante a problemática de saúde que requeriam hospitalização, independente do tempo de internação, através das políticas públicas e estudos acadêmicos, surge a necessidade da implantação da Pedagogia Hospitalar.
O atendimento pedagógico em ambiente hospitalar é reconhecido pela legislação brasileira como direito da continuidade de escolarização aquelas crianças e adolescentes que se encontrem hospitalizados (CNDCA 1995).
O atendimento Pedagógico Hospitalar teve seu inicio na década de 50, na Cidade do Rio de Janeiro no Hospital Escola Menino Jesus, serviço esse que se mantêm até atualidade; servindo como um resgate da criança e ou adolescente, fazendo um elo entre sua realidade atual, como interno, e a vida cotidiana. O Profissional que atua na Pedagogia Hospitalar, tem formação de educador e que por meio de diversas atividades pedagógicas, acompanha e intervêm no processo de aprendizagem do educando, além de fornecer subsídios para a compreensão do processo de elaboração da doença e da morte, explicar procedimentos médicos e auxiliar a criança e o adolescente na adaptação hospitalar, dando oportunidade para que os mesmos possam exercer seus direitos de cidadãos.
A Pedagogia Hospitalar, dividi-se, basicamente em três modalidades:
Classe Hospitalar – Refere-se á escola no ambiente hospitalar na circunstancia de internação temporária ou permanente, garantindo o vinculo com a escola e/ou favorecendo o seu ingresso ou retorno ao seu grupo escolar correspondente.
Brinquedoteca – Brincar é muito importante para a criança, pois é por meio desta ação que ela usufrua de plenas oportunidades que possibilita desenvolver novas competências e aprender sobre o mundo, sobre as pessoas, e sobre si mesma. A brinquedoteca socializa o brinquedo, resgata brincadeiras tradicionais, e é o espaço onde está assegurado á criança o direito de brincar.
Recreação Hospitalar – Atividade que oferece a oportunidade da criança brincar, mas brincar não se limita somente ao contato ou interação com o objeto brinquedo, fundamental é constituir a possibilidade de uma atividade que pode ser realizada em um espaço interno ou externo.



(Publicado em 05 de outubro de 2007)

quinta-feira, 18 de março de 2010

Neoliberalismo na educação

A teoria do Capital Humano teve raiz e base de sustentação marcada pelo crescimento econômico, pelo fortalecimento dos estados e na conquista do pleno emprego. A crise da Era do Ouro do capitalismo contemporâneo e o seu estrondoso desmoronamento a partir dos anos 1970 marcaram uma alteração substantiva na função econômica atributiva á escolaridade (SANFELICE, pag. 47. 2005).

A partir desse período a teoria do Capital Humano consagrou a escola como principal âmbito de formação para o emprego. Com isso a expansão dos sistemas escolares nacionais tem sido produtos, em certos sentido da promessa da escola como entidade integradora, ou seja, como principal responsável pelo processo de democratização (como um poderoso dispositivo institucional de interação social).

A degradação dos trabalhadores em educação não é uma exceção no cenário brasileiro atual. O conjunto das classes trabalhadoras brasileiras tem vivido desde a implantação do modelo capitalista neoliberal, a degradação de suas condições de vida e de trabalho. Esse modelo capitalista tem reservado para os trabalhadores do setor privado o desemprego crescente e prolongado, o emprego informal, sem direitos e mal remunerado, a redução ou supressão de direitos e o declínio da média salarial. Muitos desses sinais dos novos tempos já são amplamente visíveis no ensino privado. No setor público, o arrocho salarial, já antigo, foi reforçado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, a precariedade foi implantada pela Reforma Administrativa e a insegurança pelo terrorismo previdenciário das sucessivas reformas, oficiais e oficiosas, da previdência. As más condições de vida e de trabalho no setor da educação, apesar de suas especificidades, fazem parte, portanto, de uma situação geral vivida pela grande maioria dos trabalhadores brasileiros. (ARNALDO BOITO JR., 2002).

Com base no que se foi estudado o Capital Humano pode ser considerado como a soma dos investimentos de um indivíduo em aquisição de conhecimentos e que a qualquer momento reverte em benefícios econômicos para o próprio uso (Ex: na posse e procura de melhores empregos e vantagens consideráveis na aquisição de novas aprendizagens para o mercado de trabalho). Este capital, diferentemente do capital econômico, não pode ser roubado ou transferido, vindo acompanhar o individuo por toda a vida disponibilizando de alguma forma influencia de sua trajetória social e econômica.


Prof. Pedagogo Daniel F. Barros