quinta-feira, 28 de outubro de 2010

CURRÍCULO E SOCIEDADE



       Quando se fala em reforma educacional ou mudar as concepções teóricas e práticas do ambiente escolar, o currículo e uma das etapas de grande importância para tal empreendimento, tanto na fase de construção como de execução das teorias curriculares. E a elaboração do currículo é um ponto chave para a prática pedagógica do fazer do educador, pois o currículo é dotado de normas de ação, prescrições educativas, mas que também da oportunidade para o educador conduzi-lo da maneira que lhe achar melhor. Melhor dizendo o currículo é a teoria educacional mais a prática pedagógica ou planejamento mais ação, e isso constitui no ponto de partida das ações práticas educativas do fazer docente do educador no contexto da sala de aula. O currículo também vai serve para guiar outras atuações no contexto escolar, como por exemplo: a formação inicial e continuada do corpo docente, organização dos centros de ensino, confecção de materiais didáticos, entre outros, assim como assegurar a coerência dessas questões no contexto escolar.
       E os fundamentos e as opções básicas subjacente ao novo modelo de currículo proposto estão divididos em cinco etapas as orientações gerais do sistema de educação que são: no primeiro está explicito o conceito de educação, assim como suas relações e vinculações com outros conceitos próximos como o de desenvolvimento, cultura e escolarização; no segundo ponto é necessário entender o que é o currículo, o que ele determina e quais suas funções e seus elementos principais; no terceiro são consideradas as fontes do currículo, ou seja, qual o tipo de informação se deve considerar na sua elaboração, mas isso depende do tipo de sociedade na qual determinado currículo será inserido, assim como os níveis educacionais e as idades dos educandos; no quarto ponto são analisadas as contribuições da psicologia para o currículo e no quinto ponto é exposto os fundamentos de uma proposta a favor de um currículo aberto e flexível.
       A principio o texto vem explicitar e justificar brevemente o conceito de educação, bem como suas relações e vinculações com outros conceitos próximos, sobretudo os de desenvolvimento, culturas e escolarização.
       Visto como crescimento dos seres humanos ocorre entre aqueles que fundamentam como o resultado de um processo de desenvolvimento, em grande parte interna às pessoas, e os que concebem mais como resultado de um processo de aprendizagem em grande parte externo à pessoa. O que se coloca em evidencia é o enfoque cognitivo-evolutivo e o enfoque alternativo, onde o cognitivo-evolutivo considera que a meta primordial da educação deve ser promover, facilitar ou acelerar os processos naturais e os universais do desenvolvimento, enquanto que o alternativo considera que a educação deve ser orientada mais a promoção e facilitação dessas mudanças que dependem da exposição à situação de aprendizagem. Nas duas posturas o que se pressupõe é que a relação entre elas é do tipo hierárquico, a aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e vice-versa.
       Chegando, ao conceito de educação, que desempenha um papel central no esquema explicativo, porque permite compreender como se articular num todo unitário a cultura e desenvolvimento individual. Assim a educação designa o conjunto de atividades mediante as quais um grupo assegura que seus membros adquiram experiência social historicamente acumulada e culturalmente organizada.
As atividades educativas adotam diferentes modos de organização social conforme o volume e o conteúdo concreto do conhecimento cultural. Por exemplo, no caso das sociedades primitivas, onde a aquisição das pontas culturais pela criança é feita através da sua participação na medida do possível, das atividades dos adultos ou simplesmente por observação e imitação. Já a atividade educativa típicas das sociedades com maior nível de desenvolvimento cientifica e tecnológico, são atividades nitidamente diferenciadas das atividades habilidades dos adultos, correspondem a intenções próprias e geralmente são efetuadas em instituições especificamente habilitadas para esse fim, escolas e centros educacionais. Onde o conceito de escolarização designa esta subcategoria de atividades educativas em cujo contexto, por outro lado, a questão do currículo do ensino obrigatório adquire plena significação.
A idéia principal é destacar as fontes do currículo segundo R. Taylor são três, sendo a primeira progressista, que destacar a importância de estudar a criança afim de descobrir seus problemas, seus propósitos e suas necessidades; a segunda é a essencialista, que considera que os objetivos devem ser extraídos de uma analise da estrutura interna dos conteúdos de ensino, das áreas de conhecimento; e por ultimo a sociológica, cuja responsável por selecionar os objetivos na analise da sociedade dos seus problemas e necessidades de acordo com as características de cada individuo.
       Evitando o debate sobre o que é currículo, o texto nos remte também a conhecer o que se entende por currículo, e assim uma formulação de uma proposta curricular com princípios firmemente estabelecidos e unicamente aceitos para se fazer aplicações.
       Para entendermos melhor o papel do currículo é preciso que se conheçam suas funções e como estas serão desempenhadas dentro das atividades educativas escolares. Tais atividades educacionais são executadas de acordo com um plano de ação determinado que por sua vez esteja a serviço de um projeto educacional.
       Diante dessas atividades o currículo passa a ter funções onde sua razão de ser, é a de explicitar o projeto e as intenções e o plano de ação no âmbito educacional. O currículo como projeto se torna um guia para os encarregados de seu desenvolvimento, um instrumento útil para orientar a prática pedagógica e uma ajuda indispensável para o professor, levando em consideração as condições reais nas qual o projeto será realizado.
       Ao elaborar o currículo devem-se analisar algumas questões, por exemplo, a responsabilidade da administração e dos professores na elaboração do currículo, atingindo assim duas concepções: a concepção centralizadora onde vão estar contidos objetivos, conteúdos, materiais didáticos e a metodologia. E a segunda concepção que é a descentralizadora que está direcionada aos professores de cada instituição.
       Dessa forma, acabam surgindo dois modelos de currículo divergentes, o “fechado” e o “aberto”. O currículo fechado trata-se de uma homogeneização do ensino que acaba por se tornar acumulativo e seqüencial. Em se tratando de objetivos, esses são definidos a partir do comportamento dos alunos e os conteúdos sistematizados viabilizando as disciplinas tradicionais do conhecimento deixando de lado a relação entre o aluno e o conteúdo, resultando assim numa aprendizagem baseada em critérios e objetivos.
       Já no sistema educacional aberto são valorizadas as diferenças individuais considerando o contexto social, cultural e geográfico. A aprendizagem passa a ser um processo contínuo e organizado, na qual se enfatiza o processo da aprendizagem não somente o resultado. E a avaliação preza pela observação do processo de aprendizagem. Nesse sentido, acaba-se com a divisão tradicional entre disciplinas e aplicam-se aprendizagens que valorizam conhecimentos interdisciplinares.
A concepção construtivista vai abordar o currículo aberto pelo fato de garantirem tanto ao professor quanto ao aluno.
       Contudo, o currículo deve ser elaborado considerando todo o aspecto de desenvolvimento intelectual e físico de uma criança, pois a criança aprende por etapas em sua vida e os conteúdos a serem trabalhados com ela, devem ser apresentados conforme sua necessidade de utilidade e conforme também o interesse do aluno a aprendê-lo.
        É importante que o currículo seja elaborado já considerando sempre um conhecimento prévio do aluno. O professor deve tentar mostrar a importância e utilização do novo conhecimento adquirido para vida do aluno, para que esse mesmo possa encontrar significado no que aprende para se sentir estimulado a aprender ainda mais, além do mais, toda pessoa é dotada de um conhecimento prévio. O professor deve estimular esse aluno a procurar e a construir o próprio conhecimento. O currículo escolar deve ser elaborado de forma sistematizada e que possua metas e objetivos a serem cumpridos. Ao final, o aluno deve saber identificar a importância dos conteúdos recebidos para sua vida cotidiana, pois de nada valerá o aluno ser bombardeado de novas informações se ele não vai saber o que fazer com elas ou como usa-las.

DIFERENÇA ENTRE VERIFICAR E AVALIAR? PEDAGOGIAS MAIS ADEQUADAS PARA CADA UMA (AVALIAÇÃO/VERIFICAÇÃO)?


O ato de verificar é pontual, não inclui processo, geralmente tem hora e data marcada no calendário, consiste basicamente em um processo seletivo e classificatório onde a aprendizagem do aluno é submetida a testes e provas que verificam se o aluno “gravou” ou não tudo aquilo que o professor expôs em aula.
Muito diferente do que acontece na verificação, a avaliação escolar, por sua vez, consiste em analisar o processo progressivo e formativo da aprendizagem do aluno, tendo como objetivo perceber tudo aquilo que o aluno aprendeu ou deixou de aprender. A avaliação não pode ser vista como uma ação pontual e determinada que ocorra somente quando um aluno faz um teste, mas sim como algo que progressivo e complexo que não possua uma data ou hora para acontecer. Avaliar, em poucas palavras, seria identificar quais reforços são necessários para que o educando recupere o que não aprendeu em determinado período, procurando gerar a autonomia do aluno em construir ou buscar o próprio conhecimento, jamais podendo implicar em um simples processo classificatório de aprovação ou reprovação, mas sim um processo de busca de resultados.
As pedagogias mais adequadas para atender ao processo de verificação seriam a pedagogias tradicionalista, tecnicista e escolanovista, pois essas 03 são sistematizadas e possuem uma ação que congela as formas de aquisição de conhecimento resumindo tudo a metas e objetivos.
Tomando como referencia a avaliação escolar, acredito que as pedagogias mais adequadas para essa ação seriam a progressista e a formativa.

EM QUE CONSISTE A AVALIAÇÃO FORMATIVA, QUAIS SUAS CARACTERISTICAS E QUAIS INSTRUMENTOS DEVEM SER UTILIZADOS PARA ESSE TIPO DE AVALIAÇÃO?
A avaliação formativa não tem como objetivo classificar ou selecionar. Fundamenta-se nos processos de aprendizagem, em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais; fundamenta-se em aprendizagens significativas e funcionais que se aplicam em diversos contextos e se atualizam o quanto for preciso para que se continue a aprender.
O que caracteriza basicamente a avaliação formativa é que esse tipo de avaliação será uma pratica continua e integrada ao fazer diario do professor em sala de aula, sendo uma ação global que leve em conta toda analise do desenvolvimento formativo do aluno em suas inumeras capacidades: motora, cognitiva, relações interpessoais, etc.
            Em meu entendimento a avaliação formativa não possui instrumentos padronizados para execussão de sua prática, mas se tiver de apontar algum instrumento, acredito que os mais válidos seriam a intuição e a observação da realidade do aluno para que se possa melhor promover a aprendizagem.