sábado, 27 de novembro de 2010

Multiculturalismo



Noção polémica que se encontra associada a questões de origem sexual, raça, etnicidade, diversidade e diferença cultural, que envolve estratégias de desfamiliarização e uma narratologia crítica, bem como atitudes, discursos e políticas de descentração, em contextos sociais, políticos, educativos e culturais. O multiculturalismo implica basicamente a transição de uma cultura comum ou homogéna para culturas, visando a inclusão dos racial e sexualmente excluídos, e das vozes daqueles que têm sobrevivido nas franjas do poder central ou nas margens dos canônes literários e culturais. São duas as estratégias de inclusão: ou se getoizam aqueles que são diferentes em ‘minorias’ e se reduzem a uma representação ‘simbólica’ na cultura dominante, quando a ela são assimilados; ou se procuram integrar as diferenças culturais, descentrando-se os valores culturais tradicionais, em respeito pela pluralidade e diversidade, e questionando-se os esquemas de poder em vigor, em prol da justiça social. No contexto educativo, por exemplo, a educação multicultural corresponde à ideia de uma educação liberta de preconceitos raciais e promotora da diversidade cultural e de tolerância, respeitadora da diferença de grupos sociais, étnicos e sexuais, bem como de cada indivíduo, que atravessa curricula, manuais escolares, e dita mudanças estruturais e institucionais, por vezes até mesmo radicais, nas atitudes dos professores, nas políticas escolares e nas relações entre alunos.
O multiculturalismo encontra-se no cerne da ‘guerra de culturas’, polémica alimentada em torno dos curricula universitários e canônes do saber ocidental. Por um lado, o multiculturalismo é configurado como a expressão de uma nova sensibilidade cultural, crítica, pós-industrial, que recusa a cultura como única ou identitária e que procura articular sistemas de valores abalados, os quais teriam lavado à desintegração da cultura ‘cultivada’ e ao seu desmembramento em cultura de massas, cultura popular, cultura de elite, sub-culturas, contra-culturas, de modo a esvaziar de sentido a própria noção de ‘cultura’. Do outro lado do conflito, o multiculturalismo é condenado como ameaça ao crescimento económico, visto que a diversidade ou heterogeneidade cultural suscita perdas na liberdade individual de cada um e instabilidade social nos modos como determinados grupos culturais dominam outros. Ou, para outros críticos, igualmente conservadores, como Allan Bloom (em The Closing of the American Mind), Dinesh D’Souza (em Illiberal Education: the politics of race and Sex on the campus), ou Roger Kimball (em Tenured Radicals: How politics has corrupted our higher education), o multiculturalismo constitui uma espécie de ideologia neo-marxista que espalha a barbárie: o populismo, a aceitação indiscriminada e relativista de múltiplos pontos de vista, a distorção e eliminação de factos e o encorajamento dos valores de massa, que aniquilam a tradição de uma cultura homogénea e elitista, moral, ética ou esteticamente desejável, e dizimam a civilização ocidental e os seus canônes. Para os defensores radicais do multiculturalismo, ele inclui a voz e o poder das minorias oprimidas, das culturas perifèricas, e opera uma narratologia crítica de transformação e remodelação dos canônes, de reavaliações culturais de narrativas que foram marginalizadas e que persistem às margens, ou nos interstícios, da sociedade.
Segundo MacLaren (1995), podem-se distinguir várias modalidades de posições multiculturais: o multiculturalismo conservador, o multiculturalismo liberal e liberal de esquerda, e o multiculturalismo crítico ou de resistência. O multiculturalismo conservador pretende a construção de uma cultura comum, unitária e nacional, entendendo a diversidade cultural, rácica ou sexual como devendo ser assimilada à cultura tradicional, geralmente definida por padrões patriarcais, brancos, euro-americanos. Tal como este, o multiculturalismo liberal visa políticas de assimilação, e embora presuma que vivemos numa cultura igualitária em termos de raça ou sexo, aponta as desigualdades de oportunidades educativas nos sistemas capitalistas. O multiculturalismo liberal de esquerda encontra-se mais atento aos modos de operar do poder e do privilégio e sublinha as diferenças culturais ditadas por classe, raça, gender e sexualidade; enquanto que o multiculturalismo crítico ou de resistência, não satisfeito em apenas desestabilizar os sentidos dominantes na sociedade, visa transformar as próprias condições sociais e históricas que naturalizam os sentidos culturais. Para ele não existe uma humanidade comum, mas apenas identidades definidas pelos contextos de poder, de discurso ou de cultura.


BIBLIOGRAFIA: Richard BERNSTEIN (1995) The Dictatorship of Virtue. Multiculturalism and the battle for America’s future. New York: Knopf; Homi BHABHA (1994) The Location of Culture. London: Routledge; Henry GIROUX (1994) Disturbing Pleasures, New York: Routledge; Donaldo MACEDO (1994) Literacies of Power: What Americans Are Not Allowed to Know, Boulder Co.: Westview Press; Peter MacLAREN (1995) Critical Pedagogy and Predatory Culture. Politics in a Postmodern Era. London and New York: Routledge; Peter STALLYBRASS and Anthony WHITE; (1986) The Politics and Poetics of Trangression, Ithaca: Cornell University Press.


Maria Margarida Morgado

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

[...] Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos .




Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és. E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão .


Fernando Pessoa

domingo, 21 de novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

IMPORTANCIA DA MATEMATICA



Atualmente quando se discute sobre educação nas séries iniciais tem-se o pedagogo como sendo o principal responsável pelo processo de formação educacional inicial nas escolas regulares. É salvo dizer que o curso de pedagogia forma profissional habilitados para o desenvolvimento de trabalho pedagógico em todas as séries do ensino básico regular que este é capacitado (educação infantil, ensino fundamental menor – primeiro ao quinto ano), etc. Como podemos notar, o pedagogo é aquele responsável pela construção de conhecimentos científicos que compõe a educação fundamental das séries iniciais de uma sociedade.
Nesse contexto, temos que no ensino fundamental devem-se ser administrados aqueles conteúdos que são tidos como necessários e fundamentais para que um indivíduo possa viver sem maiores dificuldades em uma determinada sociedade. Desses conteúdos fundamentais, podemos destacar principais: o desenvolvimento da fala, da escrita, as noções básicas de geografia, história, ciências, matemática, artes, temas transversais e entre outros. É importante ressaltar que, cada um desses conhecimentos possui sua significância particular para o homem em formação, porém aqui nesse trabalho estaremos dando grande destaque a operações básicas de ensino de matemática nas séries iniciais do ensino fundamental, administrados pelo pedagogo-professor.
As necessidades do fazer diário de uma sociedade exigem que as pessoas possuam um grau mínimo de instrução que seja indispensável para realização de determinadas tarefas. Fatos simples e corriqueiros de nossos dias exigem que tenhamos conhecimento de alguns conteúdos científicos, dentre eles os conteúdos matemáticos. A cada minuto temos contato com números. Esses números podem estar organizados, formando algum código (numero de um telefone), na contagem de dinheiro (cédulas ou moedas), em pequenas ou grandes compras nos supermercados, numero de paginas de um livro, etc. Estamos cercados de números por todos os lados, e com isso, temos a necessidade de conhecer a matemática.
É importante que aqueles responsáveis pelo ensino fundamental das séries iniciais (pedagogos-professores), fiquem atentos para isso. O indivíduo que esteja cursando o ensino fundamental seja uma criança, um jovem ou um adulto, tem que entender que a importância de se estudar ou se ter um conhecimento novo, é que ele poderá utilizar esse conhecimento por que todos os dias ele terá contato com esse conhecimento. Por exemplo, o aluno tem que entender e aprender que deve saber ler e escrever porque em algum momento da vida dele, ele terá contato com as palavras. A mesma coisa acontece com a matemática, o professor tem que explicar para o discente da melhor maneira possível que este tem que aprender matemática, pois esse mesmo aluno terá contato diariamente com os números, portanto terá de aprender.
O aluno tem que entender o porquê de estudar aquilo que lhe ensinado. Cabe ao pedagogo-professor mostrar a esse aluno a importância desse aprendizado, apontando exemplos da vida cotidiana desse aluno, procurando representar nos conteúdos exemplos da realidade vivenciada por cada aluno no meio familiar, social, cultural, etc.
Primeiramente é necessário que o pedagogo-professor se pergunte: qual a importância da matemática para o docente? Qual a importância da matemática para o discente? Onde se encontra a matemática? Em que razão vai utilizá-la? Porque a matemática é uma disciplina fundamental? Essas e entre outras perguntas em relação ao mesmo devem estar presentes na vida de um pedagogo-professor de matemática, pois é a partir daí que a matemática vai se mostrar indispensável para todos que constituem uma sociedade.




Por Daniel F. Barros
18 de novembro de 2010.