Quando se fala em reforma educacional ou mudar as concepções teóricas e práticas do ambiente escolar, o currículo e uma das etapas de grande importância para tal empreendimento, tanto na fase de construção como de execução das teorias curriculares. E a elaboração do currículo é um ponto chave para a prática pedagógica do fazer do educador, pois o currículo é dotado de normas de ação, prescrições educativas, mas que também da oportunidade para o educador conduzi-lo da maneira que lhe achar melhor. Melhor dizendo o currículo é a teoria educacional mais a prática pedagógica ou planejamento mais ação, e isso constitui no ponto de partida das ações práticas educativas do fazer docente do educador no contexto da sala de aula. O currículo também vai serve para guiar outras atuações no contexto escolar, como por exemplo: a formação inicial e continuada do corpo docente, organização dos centros de ensino, confecção de materiais didáticos, entre outros, assim como assegurar a coerência dessas questões no contexto escolar.
E os fundamentos e as opções básicas subjacente ao novo modelo de currículo proposto estão divididos em cinco etapas as orientações gerais do sistema de educação que são: no primeiro está explicito o conceito de educação, assim como suas relações e vinculações com outros conceitos próximos como o de desenvolvimento, cultura e escolarização; no segundo ponto é necessário entender o que é o currículo, o que ele determina e quais suas funções e seus elementos principais; no terceiro são consideradas as fontes do currículo, ou seja, qual o tipo de informação se deve considerar na sua elaboração, mas isso depende do tipo de sociedade na qual determinado currículo será inserido, assim como os níveis educacionais e as idades dos educandos; no quarto ponto são analisadas as contribuições da psicologia para o currículo e no quinto ponto é exposto os fundamentos de uma proposta a favor de um currículo aberto e flexível.
A principio o texto vem explicitar e justificar brevemente o conceito de educação, bem como suas relações e vinculações com outros conceitos próximos, sobretudo os de desenvolvimento, culturas e escolarização.
Visto como crescimento dos seres humanos ocorre entre aqueles que fundamentam como o resultado de um processo de desenvolvimento, em grande parte interna às pessoas, e os que concebem mais como resultado de um processo de aprendizagem em grande parte externo à pessoa. O que se coloca em evidencia é o enfoque cognitivo-evolutivo e o enfoque alternativo, onde o cognitivo-evolutivo considera que a meta primordial da educação deve ser promover, facilitar ou acelerar os processos naturais e os universais do desenvolvimento, enquanto que o alternativo considera que a educação deve ser orientada mais a promoção e facilitação dessas mudanças que dependem da exposição à situação de aprendizagem. Nas duas posturas o que se pressupõe é que a relação entre elas é do tipo hierárquico, a aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e vice-versa.
Chegando, ao conceito de educação, que desempenha um papel central no esquema explicativo, porque permite compreender como se articular num todo unitário a cultura e desenvolvimento individual. Assim a educação designa o conjunto de atividades mediante as quais um grupo assegura que seus membros adquiram experiência social historicamente acumulada e culturalmente organizada.
As atividades educativas adotam diferentes modos de organização social conforme o volume e o conteúdo concreto do conhecimento cultural. Por exemplo, no caso das sociedades primitivas, onde a aquisição das pontas culturais pela criança é feita através da sua participação na medida do possível, das atividades dos adultos ou simplesmente por observação e imitação. Já a atividade educativa típicas das sociedades com maior nível de desenvolvimento cientifica e tecnológico, são atividades nitidamente diferenciadas das atividades habilidades dos adultos, correspondem a intenções próprias e geralmente são efetuadas em instituições especificamente habilitadas para esse fim, escolas e centros educacionais. Onde o conceito de escolarização designa esta subcategoria de atividades educativas em cujo contexto, por outro lado, a questão do currículo do ensino obrigatório adquire plena significação.
A idéia principal é destacar as fontes do currículo segundo R. Taylor são três, sendo a primeira progressista, que destacar a importância de estudar a criança afim de descobrir seus problemas, seus propósitos e suas necessidades; a segunda é a essencialista, que considera que os objetivos devem ser extraídos de uma analise da estrutura interna dos conteúdos de ensino, das áreas de conhecimento; e por ultimo a sociológica, cuja responsável por selecionar os objetivos na analise da sociedade dos seus problemas e necessidades de acordo com as características de cada individuo.
Evitando o debate sobre o que é currículo, o texto nos remte também a conhecer o que se entende por currículo, e assim uma formulação de uma proposta curricular com princípios firmemente estabelecidos e unicamente aceitos para se fazer aplicações.
Para entendermos melhor o papel do currículo é preciso que se conheçam suas funções e como estas serão desempenhadas dentro das atividades educativas escolares. Tais atividades educacionais são executadas de acordo com um plano de ação determinado que por sua vez esteja a serviço de um projeto educacional.
Diante dessas atividades o currículo passa a ter funções onde sua razão de ser, é a de explicitar o projeto e as intenções e o plano de ação no âmbito educacional. O currículo como projeto se torna um guia para os encarregados de seu desenvolvimento, um instrumento útil para orientar a prática pedagógica e uma ajuda indispensável para o professor, levando em consideração as condições reais nas qual o projeto será realizado.
Ao elaborar o currículo devem-se analisar algumas questões, por exemplo, a responsabilidade da administração e dos professores na elaboração do currículo, atingindo assim duas concepções: a concepção centralizadora onde vão estar contidos objetivos, conteúdos, materiais didáticos e a metodologia. E a segunda concepção que é a descentralizadora que está direcionada aos professores de cada instituição.
Dessa forma, acabam surgindo dois modelos de currículo divergentes, o “fechado” e o “aberto”. O currículo fechado trata-se de uma homogeneização do ensino que acaba por se tornar acumulativo e seqüencial. Em se tratando de objetivos, esses são definidos a partir do comportamento dos alunos e os conteúdos sistematizados viabilizando as disciplinas tradicionais do conhecimento deixando de lado a relação entre o aluno e o conteúdo, resultando assim numa aprendizagem baseada em critérios e objetivos.
Já no sistema educacional aberto são valorizadas as diferenças individuais considerando o contexto social, cultural e geográfico. A aprendizagem passa a ser um processo contínuo e organizado, na qual se enfatiza o processo da aprendizagem não somente o resultado. E a avaliação preza pela observação do processo de aprendizagem. Nesse sentido, acaba-se com a divisão tradicional entre disciplinas e aplicam-se aprendizagens que valorizam conhecimentos interdisciplinares.
A concepção construtivista vai abordar o currículo aberto pelo fato de garantirem tanto ao professor quanto ao aluno.
Contudo, o currículo deve ser elaborado considerando todo o aspecto de desenvolvimento intelectual e físico de uma criança, pois a criança aprende por etapas em sua vida e os conteúdos a serem trabalhados com ela, devem ser apresentados conforme sua necessidade de utilidade e conforme também o interesse do aluno a aprendê-lo.
É importante que o currículo seja elaborado já considerando sempre um conhecimento prévio do aluno. O professor deve tentar mostrar a importância e utilização do novo conhecimento adquirido para vida do aluno, para que esse mesmo possa encontrar significado no que aprende para se sentir estimulado a aprender ainda mais, além do mais, toda pessoa é dotada de um conhecimento prévio. O professor deve estimular esse aluno a procurar e a construir o próprio conhecimento. O currículo escolar deve ser elaborado de forma sistematizada e que possua metas e objetivos a serem cumpridos. Ao final, o aluno deve saber identificar a importância dos conteúdos recebidos para sua vida cotidiana, pois de nada valerá o aluno ser bombardeado de novas informações se ele não vai saber o que fazer com elas ou como usa-las.