domingo, 11 de outubro de 2009

Capitalismo Contemporâneo

Resenha


PAULO NETTO, José; BRAZ, Marcelo. O capitalismo contemporâneo. In: _____.Economia política: uma introdução crítica. São Paulo: Cortez, 2006, cap.9, p.211-241.



José Paulo Netto (1947) é professor titular da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutor em Serviço Social. Exerceu o magistério na Europa e na América Latina. É membro do conselho editorial de vários periódicos profissionais e da área das Ciências Humanas e tem mais de uma dezena de livros publicados. Marcelo Braz Morais dos Reis (1972) por sua vez, é professor da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, instituição onde se graduou e doutorou. Com textos publicados em periódicos especializados, tem ativa participação na organização da categoria profissional: foi conselheiro do CRESS/ 7ª região( 1999/ 2002 e conselheiro do CFESS( 2002/ 2005. 2005/ 2008).

Ambos afirmam em seu texto que o monopólio foi considerado o centro do capitalismo contemporâneo, por ser este um protagonista nessa economia e também no novo imperialismo por proporcionar a mundialização do capital, fazendo assim um elo entre o globo a ponto de refletir na economia de todos positiva ou negativamente.

Os “anos dourados” seria o início do capitalismo, considerado assim por apresentar crescimento econômico e taxas de lucros compensadoras, projetos industrializantes considerados capazes de levar a superação do subdesenvolvimento, e por apresentar suposições de integração da classe operária e ainda, cura dos males do atraso econômico social. Ou seja, acreditavam num capitalismo sem contradições, apenas conflitivo. Enfim os “anos dourados” teriam sido o período das ondas longas de expansões econômicas e saldos de expectativas positivas desse plano econômico.

Porém a ilusão chega ao fim, no momento em que a onda longa expansiva se esgota, e recai o colapso do ordenamento financeiro mundial, onde todos os acordos da nova economia se rompem e começa a decrescer o que antes era crescimento, como: a economia e as taxas de lucro.

È a partir dessas crises econômicas provocada pelo capitalismo que surge peso no movimento sindical, onde esse começa a demandar não só melhoria salarial, mas também passa a contestar a organização da produção do taylorismo, fordismo, e ainda apresentam na cena política social movimentos em categorias especificas como: revoltas estudantis e movimentos feministas. Então se vê que a economia no início foi considerada como “anos dourados” devido o sucesso e progresso, agora se torna, ou resume-se em crises e revoltas.

Mas não são as crises que vão derrubar a nova e persistente economia, porque essa começa a implantar estratégias políticas globais, primeiramente regulamentando ou limitando os movimentos sindicais, onde este se torna responsável pelas quedas nas taxas de lucros, gastos públicos e demandas salariais.

As produções são alteradas, passa de rígida- taylorismo, fordismo- para flexível, funcionando da seguinte forma: realização em grande escala, porém destinada a mercados específicos, com variabilidade cultural e regional, é implantada em territórios subdesenvolvidos e periféricos, assim, abre mais possibilidade para o controle da produção, também é onde a força de trabalho é mais intensificada; essa nova funcionalidade da produção acentua ainda mais o caráter desigual o que combina com a dinâmica capitalista e faz com que a base produtiva se desloque de suportes eletromecânicos para eletroeletrônicos.

Esse deslocamento implica em três fatores: trabalhador coletivo; exigência da força de trabalho; que agora deve ser “qualificada e polivalente”; e gestão da força de trabalho, acumulação rígida, organização taylorismo-fordismo é reciclada e agora exige: participação, envolvimento, comunicação e equipes de trabalho.

O Monopólio gera também corporações estratégicas assumindo funções sociopolíticas e técnico culturais, indo além da produção econômica e do ambiente financeiro. Todas as transformações implementadas no capitalismo monopolista tem como objetivo reverter às quedas nas taxas de lucro, e criar condições novas a exploração do trabalho.

No entanto, todas elas recaem sobre o trabalhador assalariado, lhes proporcionado assim: redução salarial e precarização do emprego. Porque na verdade a reestruturação produtiva criada pelo capitalismo contemporâneo comporta a minoria trabalhadora, pois a maioria se encontra no trabalho terceirizado, ou seja, sem garantias e baixos salários, mas acredita-se que a solução de todos os problemas gerados pelo capitalismo contemporâneo ou monopolista é o proletariado esse como maioria tem poder para extinguir o capitalismo. É através do neoliberalismo: o capital sem controles sociais mínimos, que o capitalismo contemporâneo está destruindo regulamentações que lhes fora imposta, resultantes de lutas operárias e trabalhadoras, procurando diminuir o estado e suas funções coesivas, por meio da privatização.

No capitalismo contemporâneo ocorre também a finaceirização do capital, no qual a razão é a super-acumulação e a queda das taxas de lucros dos investimentos industriais; seria na verdade um capital fictício ou as ações, obrigações e outros títulos de valor.

Há também no capitalismo contemporâneo uma industrialização generalizada, por meio de produtos eletrônicos como internet; surburbanização, ou aglomeração de cidades, consumismo por motivo das publicidades empresariais destinadas a enganar e manipular o consumidor.

A verdade é que o capitalismo já se tornou algo indispensável para o sistema de sustentabilidade mundial apesar de apresentar seus inúmeros pontos negativos, com isso há de se considerar que atualmente o capitalismo vem sendo umas das “melhores” formas de aquisição de bens materiais através do trabalho, pelo fato de os trabalhadores poderem comprar apenas aquilo que seu dinheiro permite, contudo a se ressaltar que essa mesma “melhoria” se esconde atrás de uma ideologia qual faz-se existir a divisão desonesta das classes sociais, onde quem trabalha mais (classe dominada – classe baixa) tem menos acesso ao capital e quem trabalha menos (classe dominante) tem mais acesso ao capital. É por tais motivos que se é correto dizer que o capitalismo faz parte de uma economia que exige muito e dispõe de pouco.



INDICAÇÃO



Uma leitura voltada mais para estudantes de cursos de gestão como: economia, administração, recursos humanos e também contabilidade, pois na verdade são pessoas que irão trabalhar mais diretamente com o sistema financeiro que envolve a sociedade e consequentemente o capital social e enfim, o capitalismo contemporâneo. Uma leitura muito aprofundada para quem na educação será apenas gestor de um pequeno estabelecimento ou escola, ou que na verdade trabalhará de forma mais específica ou limitada com o capital.




BARROS. Daniel F., OLIVEIRA. Jacielda. , Resenha_O capitalismo contemporâneo. In: _____.Economia política: uma introdução crítica., Teresina-PI 2009.

2 comentários:

  1. Excelente resumo, recomendo para pesquisas. Parabéns!

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  2. Adorei o resumo!!! Super didático e sempre em consonância com os apontamentos do texto original. Me ajudou muito, Parabéns!!!

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